Apresentação

A última década assistiu a uma explosão dos debates públicos em torno dos legados dos impérios coloniais um pouco por todo o mundo. Nos media, na academia e na esfera pública questões como as heranças da escravatura, o racismo e o impacto do colonialismo nas sociedades pós-coloniais têm sido cada vez mais debatidas. Inevitavelmente, estes debates colocam novos desafios aos professores e não podem deixar de se refletir no contexto de sala de aula. No entanto, os manuais escolares e as Aprendizagens Essenciais (AE) nem sempre enquadram da melhor forma estas questões nem refletem ainda o peso crescente destes temas na sociedade. Neste sentido, esta proposta de formação tem como objetivo estabelecer um diálogo entre a academia e a escola centrado a história do império português numa longa duração (séc. XV-XX). Esta é uma área que tem tido enormes desenvolvimentos ao nível da historiografia nacional e internacional. Esta formação propõe-se assim a discutir alguns dos conceitos chave que utilizamos para pensar o império (“descobrimentos”, “colonialismo”, etc.) e partilhar as principais linhas de força da historiografia mais recente e as novas perspetivas trazidas por áreas como a história de género, a história ambiental ou a história global. Será dada particular importância à forma como estes desenvolvimentos historiográficos podem ser utilizados no contexto de sala de aula e à discussão de materiais que poderão ser utilizados de forma prática no ensino destas matérias.

Destinatários

Professores do Agrupamento de Escolas José Estevão

Releva

Para os efeitos previstos no n.º 1 do artigo 8.º, do Regime Jurídico da Formação Contínua de Professores, a presente ação releva para efeitos de progressão em carreira de Professores do Agrupamento de Escolas José Estevão. Para efeitos de aplicação do artigo 9.º, do Regime Jurídico da Formação Contínua de Professores (dimensão científica e pedagógica), a presente ação não releva para efeitos de progressão em carreira.

Objetivos

Obter uma visão global e coerente do desenvolvimento da Expansão Portuguesa no Oceano Atlântico e no Índico. Indicar as principais motivações da expansão marítima portuguesa. Caracterizar as várias configurações de poderes do império português. Adquirir conhecimentos que habilitem o aluno a aprofundar estudos no domínio da Expansão Portuguesa.

Conteúdos

A formação do Império: Ceuta e Tanger. A dimensão Atlântica do Império: As Ilhas. A costa Ocidental Africana: Política de D. Afonso V; Estratégia ultramarina de D. João II; D. Manuel: A Índia e o Brasil. O fim da hegemonia marítima: A incapacidade para enfrentar Holandeses e Ingleses no mar. O prolongamento da fronteira brasileira até à foz do Amazonas. Configuração dos Poderes: Praças e feitorias; Capitanias-donatarias; Capitanias Gerais; Concelhos; Estado da Índia; Governo-geral do Brasil. A Economia ultramarina: As primeiras produções: cereais, açúcar, especiarias. Os escravos. Os metais preciosos: o ouro africano e o brasileiro no século XVIII. As novas plantações Brasileiras: algodão e café. Novas rotas e principais agentes.

Metodologias

Conjugação entre a exposição e a explanação dos conteúdos e no comentário e interpretação de documentos / textos —, com o levantamento de questões dirigidas aos alunos ou o esclarecimento das que forem colocadas por estes. Procura-se conjugar o uso das novas tecnologias (PowerPoint) com a intervenção do Palestrante.

Cronograma