
Contributo da geodiversidade dos geoparques portugueses no trabalho prático em Geociências turma T1
Apresentação
Este CF resulta da necessidade premente de apostar cada vez mais em estratégias de trabalho prático no ensino das Geociências no que concerne ao desenvolvimento, atualização e aplicação científica-didática de competências relativas à implementação do trabalho de campo por professores dos grupos disciplinares 230 e 520.A interpretação das paisagens geológicas e dos afloramentos in situ são fundamentais para o desenvolvimento da literacia científica no domínio das geociências, proporcionando aos formandos uma vivência geológica contextualizada, que lhes permitirá em sala de aula sentir-se mais à vontade na implementação de trabalhos práticos e saídas de campo. A observação e interpretação direta das paisagens geólogicas e afloramentos nos geoparques portugueses selecionados para visitação, resultantes da sua geodiversidade, possibilitará a compreensão dos fenómenos geológicos não observáveis noutros contextos, retirando a abstração associada ao seu conhecimento e utilização em atividades práticas de ensino.As saídas de campo para complemento das aprendizagens teóricas no domínio da geodiversidade, constituem uma estratégia de ensino/aprendizagem que, bem planeada e explorada, desperta o interesse dos alunos e leva à sua ativa participação neste processo, pois permitem a observação direta e em ambiente natural de materiais e/ou processos geológicos, bem como de aspetos de fauna e flora imprescindíveis para a aquisição de conhecimentos.
Destinatários
Professores do Grupo 230 e 520
Releva
Para os efeitos previstos no n.º 1 do artigo 8.º, do Regime Jurídico da Formação Contínua de Professores, a presente ação releva para efeitos de progressão em carreira de Professores do Grupo 230 e 520. Mais se certifica que, para os efeitos previstos no artigo 9.º, do Regime Jurídico da Formação Contínua de Professores (dimensão científica e pedagógica), a presente ação releva para efeitos de progressão em carreira de Professores do Grupo 230 e 520.
Objetivos
- Selecionar e organizar informação, a partir de fontes diversas e de forma cada vez mais autónoma, valorizando a utilização de tecnologias digitais e integrando saberes prévios para construir novos conhecimentos. - Construir explicações científicas baseadas em conceitos e evidências científicas, obtidas através da realização de atividades práticas diversificadas laboratoriais, experimentais, de campo e planeadas para procurar responder a problemas formulados. - Construir modelos que permitam a representação e o estudo de estruturas, de sistemas e das suas transformações. - Reconhecer que a ciência é uma atividade humana com objetivos, procedimentos próprios, através da exploração de acontecimentos, atuais e/ou históricos, que documentam a sua natureza. - Aplicar as competências desenvolvidas em problemáticas atuais e em novos contextos. - Formular e comunicar opiniões críticas, cientificamente fundamentadas e relacionadas com a CTSA.
Conteúdos
Serão adotados os seguintes passos metodológicos: - Sessões teórico-práticas: a) Trabalho de campo segundo as metodologias de Nir Orion; b) Contextualização da importância dos geoparques portugueses para o trabalho prático nas disciplinas de Ciências da Natureza, Ciências Naturais e Biologia-Geologia; c) A importância do trabalho de grupo nas saídas de campo segundo a implementação da filosofia de Nir Orion, com a realização de atividades pré, durante e pós saída de campo; d) Prática pedagógica e científica; e) Geodiversidade nos geoparques portugueses; f) Património geológico e herança geológica nos geoparques portugueses. Sessões Práticas: Realização de saídas de campo nos geoparques portugueses selecionados para visitação: Geoparque Litoral de Viana do Castelo, Geoparque Terras de Cavaleiros, Geoparque Naturtejo da Meseta Meridional, Geoparque de Arouca, Geoparque Estrela, Geoparque Oeste e Geoparque dos Açores. a) Contexto geológico das saídas de campo; b) Contexto geomorfológico das saídas de campo; c) O trabalho de campo segundo a perspetiva de Nil Orion: atividades práticas durante a realização das saídas de campo; d) Observação, análise interpretativa e ilustração em caderno de campo das características mais significativas das paisagens geológicas, estruturas geológicas e afloramentos observados em rochas plutónicas, vulcânicas, sedimentares e metamórficas, em função dos locais selecionados para visitação nos geoparques nacionais; e) Sensibilização para a necessidade de proteção e geoconservação do Património Geológico: geossítios e geomonumentos dos geoparques portugueses, garantindo assim o seu usufruto para as gerações vindouras.
Metodologias
Esta ação de formação pretende que se caminhe no sentido da prática de um ensino renovado das ciências, promovendo o desenvolvimento de competências científicas e didáticas necessárias à implementação de atividades práticas experimentais (laboratoriais e de campo) numa perspetiva investigativa e construtivista, baseada no modelo de trabalho prático de campo de Nir Orion que advoga que os formandos e depois os alunos devem construir paulatinamente o seu próprio conhecimento antes, durante e após as saídas de campo. Assim, em cada saída de campo nos locais selecionados dos geoparques portugueses far-se-á a contextualização geológica, ao nível do afloramento, e geomorfológica, ao nível da paisagem, manuseando-se cartas geológicas e topográficas (componente teórica), com interpretação e descrição das estruturas geológicas e afloramentos observados (componente prática). Os formandos elaborarão guiões de trabalho de campo que serão objeto de discussão e partilha.
Avaliação
A avaliação dos formandos basear-se-á nos seguintes pressupostos: Obrigatoriedade de frequência de 2/3 das horas de formação presencial. Classificação na escala de 1 a 10, de acordo com o Despacho nº 4595/2015, de 6 de maio. Critérios de avaliação: Empenho e participação nas sessões 40 % Realização de um trabalho individual - guião de trabalho de campo - segundo a perspetiva construtivista de Nir Orion, com descrição científica e utilização didática em saída de campo com alunos, de uma ou várias paragens propostas para visitação nos geoparques portugueses 60 %
Bibliografia
Brilha, J., 2005. Património Geológico e Geoconservação: a Conservação da Natureza na sua Vertente Geológica. Palimage Editores, Braga, 190 p.Carvalho, A.G. (1999). Geomonumentos - uma reflexão sobre a sua caracterização e enquadramento num projecto nacional de defesa e valorização do Património Natural. Liga de Amigos de Conímbriga, Lisboa, 30 p.Estevão, C. (2010). O Património Geológico em Áreas Protegidas no Maciço Ibérico: Inventariação de Geossítios baseada em pesquisa bibliográfica. Dissertação (Mestrado em Patrimônio Geológico e Geoconservação - Escola de Ciências da Universidade do Minho, Braga.Orion, N. (1993). A Model for the Development and Implementation of Field Trips as an Integral Part of the Science Curriculum. School Science and Mathematics, 93 (6), 325-331.Ribeiro, A., 2006. A Evolução Geodinâmica de Portugal. In: Geologia de Portugal no contexto da Ibéria, R. Dias, A. Araújo, P. Terrinha, J. Kullberg (eds.). Universidade de Évora, Évora, pp. 1-27.
Formador
Francisco José Ferreira gomes Pinto de Sousa
Cronograma
Sessão | Data | Horário | Duração | Tipo de sessão |
1 | 14-03-2026 (Sábado) | 09:00 - 10:00 | 1:00 | Presencial |
2 | 21-03-2026 (Sábado) | 09:00 - 13:00 | 4:00 | Presencial |
3 | 21-03-2026 (Sábado) | 14:00 - 18:00 | 4:00 | Presencial |
4 | 25-04-2026 (Sábado) | 09:00 - 13:00 | 4:00 | Presencial |
5 | 25-04-2026 (Sábado) | 14:00 - 18:00 | 4:00 | Presencial |
6 | 26-04-2026 (Domingo) | 14:00 - 18:00 | 4:00 | Presencial |